sábado, 24 de setembro de 2016

Abono salarial não recupera poder de compra de salários


     Como ex-estudante de administração de empresas e ex-estagiário de cargos e salários de uma multinacional, considero inadmissível uma política de RH perversa e desonrosa que não reconheça como justa, no mês de negociação salarial, recompor o valor dos salários pela inflação acumulada dos últimos 12 meses.
     Preservar o poder de compra dos salários representa valorizar e dar dignidade aos empregados e seus dependentes reconhecendo assim a responsabilidade social que as empresas possuem em relação aos mesmos. 
     É fato que a economia brasileira encontra-se em tempos difíceis. Mas também é fato que os bancos passam ano após ano à margem da crise, continuando com lucros extraordinários, além de tarifas e taxas de juros indecentes que não se justificam e não encontram parâmetro similar em nenhum outro lugar do planeta.  
     Nem mesmo a Petrobras, que passa por uma crise sem precedentes, divulgou comunicado informando que não concederá ganho real de salário acima da inflação como foi possível fazer em anos anteriores.
     Senhores banqueiros, deixem de querer enganar a sociedade e seus colaboradores (empregados) tentando convencê-los de que conceder abono salarial é recomposição de inflação passada e preservação do poder de compra do salário de 12 meses atrás, porque não é. Não é preciso ser economista pra conseguir entender isso.